sábado, 25 de outubro de 2014

Medicina, Teoria do evolucionismo e fé



    Ele pulou no tanque raso. Bêbado. Bateu a cabeça no fundo. Forte. Como doeu. Por um momento perdeu a consciência. Por tempo indeterminado perdeu a força e a sensibilidade do corpo. Maldito pulo.

    Correram para o hospital. Lesão da coluna cervical. Lesão da medula. Perda de força e sensibilidade abaixo da lesão. Tratamento particular. A família sem dinheiro. Não tinha saída. Teria que ser feita a cirurgia.

    Feita a cirurgia. Nenhuma mudança. Longa recuperação. E talvez pequena.

    Tantas vezes havia corrido riscos, realizado extravagâncias, desafiado a vida. Agora por uma bobeira!

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    Ela notou que ganhou peso. Nova, vaidosa, não queria engordar. Inchaço. Espuma na urina. Pressão alta. Sem ânimo, fraca. Estava feia.

    Procurou um médico. Doença renal. Iniciou o tratamento. Alguns meses, sem mudança. Espera por atendimento numa unidade de referência. Vai piorando. Chega o dia da consulta. É internada, exames, os rins já não funcionam. Diálise e fila de transplante.

    Tão jovem. Gostava de ir a festas, namorar, sentir-se atraente.

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    Um bebê. Chora há alguns dias. Dor nas perninhas. Fisioterapia, não melhorou. Febre. Vômitos. Dois médicos olham: virose. Remédio pra febre, soro. Um suspiro. No colo, amolecido. Sem respiração. Desfalecido. Na emergência, reanimação. Não volta. Autópsia: meningite purulenta.

    Uma criança e a vida inteira pela frente.
                             
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Há motivos que justifiquem a dor?



Segundo Nietzsche: "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade."

Qual a verdade? Quais são os motivos?


         Deus deve sim existir. Uma gerência do universo. Muito maior que o que se pode entender. Onde estão as respostas. Os homens são incapazes. Está fora do nosso alcance.


        Como não pensar em Deus diante das questões de vida ou morte?

 
       
      Para Darwin, a Medicina contradiz a Teoria do Evolucionismo:

“Com os selvagens, os fracos de corpo e mente são rapidamente eliminados; e aqueles que sobrevivem normalmente exibem um vigoroso estado de saúde. Por outro lado, nós homens civilizados, fazemos todos os possíveis para limitar o processo de eliminação: construímos asilos para os imbecis, os mutilados e os doentes; instalamos leis para os pobres; e os nossos homens dentro da medicina fazem todos os esforços para salvar a vida de todos até ao último momento.

Existem razões para acreditar que a vacinação preservou milhares com vida que, devido à sua fraca constituição, teriam sucumbido à varíola. Devido a isto, os membros mais fracos das sociedades civilizadas propagam o seu tipo.


Qualquer pessoa que já participou na criação de animais domésticos saberá que isto (a preservação dos mais fracos da sociedade através da medicina) deve ser altamente prejudicial para a raça humana. É surpreendente como a necessidade de cuidados, ou cuidados mal direcionados, leva à degeneração das raças domésticas; mas, excetuando o caso do ser humano, ninguém é tão ignorante para permitir que os seus animais mais defeituosos se reproduzam.

 A ajuda que nós sentimos necessidade de disponibilizar para os mais desamparados é em grande parte um resultado incidental no nosso instinto de simpatia, originalmente adquirido como parte dos instintos sociais, mas posteriormente prestados na maneira indicada previamente e de modo mais terno e mais amplamente difundida. Para além disso, nós não podemos controlar a nossa simpatia sem deteriorar a parte mais nobre da nossa natureza. Nós temos, portanto, que suportar os inquestionáveis maus efeitos da sobrevivência e propagação dos mais fracos.” 


    Em teologia, somos pequenos seres gerenciados por Deus. Fonte de esperança, fé, aceitação.


   No evolucionismo,  somos pequenos seres coadjuvantes do processo evolutivo universal. (E a Medicina, um agente de propagação dos fracos.)


    Em prática, nada é tão importante quanto a própria vida e a de quem se ama. E a Medicina: "Resultado incidental no nosso instinto de simpatia". Luta pela vida. Amor.

 

 

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